Sonhei contigo.

Sonhei contigo. A gente se encontrava numa rua apertada, num lugar estranho. Você estava bonita, radiante. Talvez, eu tenha te visto do jeito que eu te imaginei.

Eu cheguei até esse encontro seguindo umas pistas que encontrei nas esquinas. Eram mensagens que não faziam sentido, mas juntas, me fizeram entender que eras tu.

Senti o perdão invadir o meu espírito. Senti o alívio do entendimento me preencher. Que bom. Era isso. Não era eu. Não foi minha culpa.

Te abracei e senti a completude única que vivi quando te tive na minha vida, mesmo que por pouco tempo. Nunca vou esquecer daquilo. Do sentir-se querida. Não sentir-se um estorvo. Um erro. Uma escolha que ninguém quer fazer.

No sonho a gente conversava, se atualizava de tudo. Tudo foi resolvido com palavras doces e sorrisos.

Acordei, e junto com o levantar de mais um dia voltei a sentir o vazio. Esse que eu conheço bem. Tudo bem. Tô acostumada.

Mas o costume não significa comodidade. Até onde eu posso ir para tentar ocupar esse lugar? Até onde eu consigo andar sem me encher de calos? Até onde você é um projeto do amor que me sobra?

Eu não sei. Só sei que foi bom sonhar com você.

27 de agosto

São Paulo, SP