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Entre lá e aqui

Ontem, caminhando no parque com a minha companheira canina, me vi angustiada entre decisões. Volta e meia sentimos que estamos missing out on things. Eventos que não podemos participar por conta da distância, convites especiais que não podemos aceitar porque estamos divididos entre outros compromissos pessoais, em outras localidades.


Com a gente isso acontece com mais frequência do que na vida de quem nasceu e viveu quase a vida toda no mesmo lugar. Na nossa vida, lidamos constantemente com uma complexidade de fatores que só quem não tem raízes conhece. Documentos para apostilar, vistos e passaportes para renovar, passagens, datas para gerenciar, documentos veterinários, contas bancárias em vários países, declarações de renda, etc.


Quem houve pensa que somos parte de uma família milionária, com um patrimônio a se gerenciar. Pelo contrário, somos gente comum que tem uma vida com um nível de complexidade de gente incomum!

Foram escolhas pessoais, de nós dois, desde antes de nos conhecermos.

Para nós, não fazia sentido nada diferente a isso: uma família meio nômade, entre lá e aqui, que acha que tudo é possível se a gente se organizar direitinho.


Essa organização nos causa uma carga mental, sim. Hoje em dia até vivemos mais tranquilos em relação a isso porque tendo residência fixa no Brasil (no momento), nos beneficiamos de todas as facilidades de viver em um país com uma burocracia simplificada e digital — principalmente pra quem vem do Mercosul.


Mas o que não deixa de pesar no coração, sempre, são as ausências nos eventos. O tempo que passamos longe de quem a gente queria sempre por perto. As constantes chegadas e despedidas. Por sorte, quase sempre circulamos nos lugares onde temos afetos. Sempre deixamos algo para atrás. E esse algo é, sempre, gente.


O desapego está sempre sendo trabalhado na nossa vida. Mas isso não impede que a gente se entregue pra novos e velhos afetos inteiramente. Pelo contrário, como sabemos que nossas estâncias são efêmeras, aproveitamos ao máximo, e isso faz toda a diferença no final das contas.


No final dessa jornada chamada vida, vamos olhar pra trás e ver o quanto nosso coração aguentou de amor, de desapegos, de saudade, de alegrias, de tristezas, mas sempre em companhia — um do outro — e de gente querida.


Essa vida meio itinerante nos ensina muito sobre o amor e o desapego, e, apesar das dores da falta que carregamos às vezes, fica a certeza de que o jeito certo de viver é estar sempre conscientes de que só temos o hoje!


Minha sobremesa favorita no mundo! Seria tão especial se estivesse sempre disponível? Eu acho que não!
Minha sobremesa favorita no mundo! Seria tão especial se estivesse sempre disponível? Eu acho que não!

 
 
 

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